Se autonomia do BC acabar, mérito será todo de Campos Neto, diz Josué Gomes

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, afirmou em encontro com jornalistas na manhã desta terça-feira (30) que, na sua visão, caso a autonomia do Banco Central (BC) “acabe”, a culpa será de seu presidente, Roberto Campos Neto.
“Ele [Campos Neto] optou pessoalmente por um posicionamento político. Se acabarem com a autonomia do Banco Central, mérito terá sido todo do Roberto Campos Neto. Não acho que acabará e espero que não acabem, mas o mérito terá sido dele”, disse.
Na conversa, Josué pediu para que o debate não fosse “fulanizado”. Na sua visão, contudo, a discussão sobre a politização do Comitê de Política Monetária (Copom) foi aberto pelo presidente da autarquia. Ele mencionou episódio em que Campos Neto decidiu, nas eleições de 2022, votar com a camisa da Seleção Brasileira.
Também foi alvo de menção o comparecimento de Campos Neto a homenagem promovida pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — o que desencadeou críticas por parte do presidente Lula. O petista, para Josué, também politiza o debate sobre o Copom, “equivocadamente”.
Josué Gomes pediu ainda que a discussão sobre as decisões do Copom sobre a Selic (hoje estacionada em 10,5% ao ano) estejam acompanhadas de mais tranquilidade e considerem, inclusive, a possibilidade de o colegiado errar ao fixar a taxa de juros básica da economia.
“O Brasil conseguiu criar essa narrativa de que o Copom é um conjunto de pessoas iluminadas com modelos matemáticos sofisticados e que, portanto, não erram. Os milhões de banqueiros centrais do mundo, inclusive brasileiros, têm a humildade de conversar com os setores”, disse.
“Eu já ouvi um dos, para mim, melhores banqueiros centrais que tivemos, o Ilan [Goldfajn], dizer que há possibilidade de erro do Copom na Selic. Acho que eles erram, porque são pessoas e os modelos não são perfeitos”, completou.
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