Mercado de descarbonização será mais apertado em 2025, indica Itaú BBA
O balanço de oferta e demanda de Créditos de Descarbonização (CBios) será mais apertado no Brasil em 2025, com a expectativa de queda nas emissões dos títulos, enquanto as metas de aquisição pelas distribuidoras de combustíveis aumentaram, avaliou nesta quinta-feira (9) o Itaú BBA, em relatório.
“Do lado da oferta, a nossa expectativa é que o volume total de CBios emitidos em 2025 seja de 40,2 milhões, uma queda de 2,4% ano contra ano, pois o volume de vendas de etanol deve cair 5%, apesar do aumento de 11% do volume de biodiesel em 2025”, afirmou o banco de investimentos, em relatório.
Produtores de biocombustíveis são os agentes que emitem CBios. No caso do biodiesel, as vendas deverão aumentar com a expectativa de aumento da mistura no diesel, de 14% para 15%.
Já a meta anual de aquisições de CBios pelas distribuidoras de combustíveis subiu para 40,4 milhões de CBios em 2024.
Além disso, as metas individuais contarão com o incremento dos 10,6 milhões de créditos que não foram aposentados em 2024, devendo ficar próximas dos 51 milhões de CBios.
O Itaú BBA citou também que as distribuidoras inadimplentes deverão ter uma meta de 14,7 milhões de CBios no ano-meta atual, “e nós esperamos que uma parte disso será realmente aposentada”, afirmou o banco.
O projeto de lei 3149/20 sancionado, conhecido como “PL do CBios”, tornou mais rigorosas as penalidades das empresas que não cumprirem suas metas de descarbonização, disse o relatório, o que deve levar muitas empresas para a adimplência, aumentando a demanda pelos créditos.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou na última terça-feira (7) que vai autuar 61 distribuidoras de combustíveis pelo descumprimento de metas de Créditos de Descarbonização (CBios) em 2024.
Os preços dos CBios negociados na B3 apresentaram queda de 14% em dezembro, principalmente devido à baixa liquidez do mercado, terminando o mês a R$ 70,1 por crédito, apontou o Itaú BBA.
O volume negociado em dezembro foi de 6,3 milhões de créditos, 8% menor que em novembro, que já foi um mês de baixa liquidez, segundo banco.
A média de preço no ano-meta 2024 ficou em R$ 80,9 CBio, o que representa uma queda de 27% frente ao ano-meta 2023.
O valor pago pelas distribuidoras pelos créditos geralmente é repassado aos preços dos combustíveis.
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