Dólar sobe após tarifas de Trump; bolsas recuam em todo o mundo
O dólar opera em alta na manhã desta segunda-feira (3), após o presidente dos EUA, Donald Trump, impor tarifas ao México, ao Canadá e à China no fim de semana, e ameaçar fazer o mesmo com a União Europeia e o Reino Unido.
O republicano determinou taxas de 25% aos vizinhos norte-americanos, e de 10% aos produtos importados da China. As medidas passam a valer nesta terça-feira (4). Líderes dos países afetados já sinalizaram retaliação.
Por volta das 9h25, o dólar subia 0,25% ante o real, negociado a R$ 5,856 na venda. Na sexta-feira (31), a divisa encerrou com queda de 0,3%, a R$ 5,835.
Em janeiro, o real valorizou mais de 5,5% ante o par norte-americano.
A decisão de Trump pressiona bolsas ao redor do mundo neste início de semana. Índices da Ásia fecharam em queda forte, com destaque ao tombo de 2,66% do Nikkei, em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 2,52% em Seul.
As ações também recuam na Europa. O índice Stoxx 600, que concentra as principais empresas do continente, perdia quase 1,3%.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou no sábado (1º) a imposição de tarifas de 25% sobre as importações canadenses e mexicanas e de 10% sobre os produtos da China, para atender a uma emergência nacional sobre o fentanil e a entrada de estrangeiros ilegais no país, disseram autoridades da Casa Branca.
Produtos do setor de energia do Canadá terão apenas uma tarifa de 10%, mas as importações mexicanas de energia serão cobradas em 25%, disseram as autoridades a jornalistas.
A taxação de produtos importados foi uma das principais bandeiras da campanha de Trump. O presidente declarou emergência nacional sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, o que permite amplos poderes para lidar com crises, para autorizar as tarifas.
Retaliação
Em resposta, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse no sábado que o país imporia tarifas de 25% sobre 155 bilhões de dólares canadenses (106,5 bilhões de dólares) de produtos dos EUA em resposta às tarifas dos EUA.
Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, pediu a implementação de medidas tarifárias e não tarifárias em resposta à decisão dos EUA.
Em uma publicação no X, Sheinbaum disse que o seu governo procurou o diálogo em vez do confronto com o seu vizinho do norte, mas que o México foi forçado a responder na mesma moeda.
O governo da China denunciou, no domingo (2), a imposição pelo governo Trump de uma tarifa de 10% sobre as importações chinesas.
“Pequim desafiará a tarifa do presidente Donald Trump na Organização Mundial do Comércio e tomará “contramedidas” não especificadas em resposta à taxa, que entra em vigor na terça-feira (4)”, disseram os ministérios das finanças e do comércio.
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*Com informações da Reuters