BC britânico corta juros e prevê inflação maior e crescimento mais fraco

BC britânico corta juros e prevê inflação maior e crescimento mais fraco

O Banco da Inglaterra reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira (6), julgando que uma forte revisão para cima em suas previsões de inflação para este ano será temporária, enquanto duas autoridades pediram um corte maior em um cenário de crescimento mais fraco.

O corte dos juros para 4,5% ficou em linha com as expectativas de economistas em uma pesquisa da Reuters, mas os dois votos contrários de Catherine Mann e Swati Dhingra a favor de uma redução maior, para 4,25%, não estavam previstos.

Mann até agora se opunha aos cortes nos juros, embora tenha dito anteriormente que uma mudança para um afrouxamento mais ativo da política monetária seria necessária em algum momento.

O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, disse que o banco central vai “monitorar de perto a economia do Reino Unido e os desenvolvimentos globais e adotar uma abordagem gradual e cuidadosa para reduzir ainda mais os juros” – uma mudança em relação à linguagem de dezembro, quando ele falou apenas de uma abordagem “gradual”.

Afetada por preocupações com os aumentos de impostos para empregadores da ministra das Finanças, Rachel Reeves; com o risco de uma guerra comercial global liderada pelo presidente dos EUA, Donald Trump; e com o aumento dos custos, a economia britânica praticamente não cresceu desde meados de 2024.

O Banco da Inglaterra alertou que é provável que tenha havido uma contração de 0,1% no quarto trimestre.

O corte da taxa de juros desta quinta-feira é apenas o terceiro desde que o Banco da Inglaterra começou a reduzir os custos de empréstimos de uma máxima de 14 anos em agosto e deixa os juros britânicos entre os mais altos das economias avançadas e um pouco acima da faixa de 4,25%-4,5% do Federal Reserve.

No mês passado, economistas consultados pela Reuters previram que o Banco da Inglaterra faria quatro cortes de 0,25 ponto percentual na taxa de juros este ano, reduzindo-a para 3,75%, enquanto que, mais recentemente, os mercados consideraram mais prováveis cortes para 4%.

A ata da decisão de fevereiro mostrou que algumas autoridades queriam uma abordagem “cautelosa” para futuros cortes nos juros devido à fraqueza da produtividade, que pode aumentar a inflação, enquanto outros viam menos risco de inflação persistente acima da meta, mas disseram que o banco central ainda precisa ser “cuidadoso”.

As perspectivas para a economia britânica são piores do que quando o Banco da Inglaterra publicou seu último conjunto completo de previsões em novembro.

A expectativa é de que a inflação – já acima da meta de 2,5% – atinja um pico de cerca de 3,7% no terceiro trimestre deste ano devido aos preços mais altos da energia e aos aumentos esperados nas contas de água e tarifas de ônibus regulamentadas, acima do pico previsto anteriormente de 2,8%.

O Banco da Inglaterra não espera que a inflação retorne à sua meta de 2% até o último trimestre de 2027, seis meses depois do que havia previsto anteriormente.

O banco central também reduziu pela metade sua previsão de crescimento para este ano, para 0,75% – refletindo a fraqueza da confiança das empresas e dos consumidores e o crescimento mais lento da produtividade – embora as previsões para o crescimento anual em 2026 e 2027 tenham sido revisadas para 1,5%, em vez de 1,25%.

O Banco da Inglaterra disse que não está claro exatamente como quaisquer tarifas futuras dos EUA afetariam a inflação na Reino Unido, mas afirmou que tarifas globais mais altas provavelmente causariam um crescimento mais lento, mesmo que ao Reino Unido não seja especificamente visado.

Matheus Augusto

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