À CNN, especialista explica o que dificulta prosperidade de empresas bélicas no Brasil

À CNN, especialista explica o que dificulta prosperidade de empresas bélicas no Brasil

A possível venda da empresa bélica brasileira Avibras para compradores chineses levanta questões sobre o estado da indústria de defesa nacional.

Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais na ESPM, explicou no programa WW os desafios enfrentados por empresas como a Avibras e as consequências para a segurança do país.

Segundo Rudzit, dois pontos principais dificultam a prosperidade das empresas bélicas no Brasil. O primeiro é a falta de um planejamento unificado entre as Forças Armadas.

“A gente não pode continuar tendo cada força fazendo o seu planejamento, ou seja, Marinha, Exército, Aeronáutica, cada um seu planejamento de que forças eles querem ter e não tendo um planejamento único”, afirma o especialista.,

O segundo ponto destacado por Rudzit é a falta de investimento por parte do próprio governo brasileiro.

“Não adianta nada ter empresas de ponta como é a Avibras, efetivamente é um caso muito excepcional mesmo, ainda mais de um país atrasado como o nosso, essa tecnologia que desenvolve, que pouquíssimos conseguem, só que o próprio país não compra”, explica.

O especialista cita o caso da Engesa, empresa brasileira de veículos militares que faliu no passado devido à falta de compras por parte do Exército.

Rudzit ressalta que empresas desse setor não conseguem sobreviver apenas com exportações, necessitando de um orçamento mínimo garantido para tocar projetos estratégicos para as Forças Armadas.

Sucateamento da frota naval brasileira

A situação crítica da indústria de defesa se reflete também no estado atual das Forças Armadas. Uma recente reportagem do jornal “O Estado de São Paulo” revelou o sucateamento da frota da Marinha brasileira, com navios de até 70 anos de idade ainda em patrulha.

Rudzit alerta para as consequências dessa situação: “Em pouquíssimos anos, 40% dos navios de superfície da Marinha vão ter que sair de funcionamento. A gente vai estar praticamente sem capacidade de patrulhar os oceanos”.

O professor conclui enfatizando a necessidade de um projeto único de defesa e maior conscientização do Congresso sobre a importância do setor, especialmente em um cenário global marcado por conflitos.

A venda da Avibras e o estado precário das Forças Armadas brasileiras evidenciam a urgência de uma revisão na política de defesa nacional.

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Matheus Augusto

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