Análise: Economia brasileira pode sofrer impactos com novo governo de Trump
A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos traz preocupações para a economia mundial, especialmente em relação à política comercial que será adotada.
O republicano sinalizou durante sua posse que pretende estabelecer tarifas e impostos sobre outros países, com o objetivo de “enriquecer os cidadãos americanos”.
Gabriel Monteiro, analista de Economia da CNN, avalia que os impactos econômicos do governo Trump podem se estender por diversos setores.
Embora ainda não tenha sido assinado um decreto estabelecendo tarifas indiscriminadas, como era esperado, a pauta tem destaque na agenda do novo governo.
Tarifas e exportações
O analista destaca que, se houver uma tarifa indiscriminada para todos os países, os efeitos para o Brasil podem ser limitados, já que a concorrência permaneceria equilibrada.
No entanto, já há indicação de taxas específicas para Canadá e México a partir de 1º de fevereiro, o que pode ser um prenúncio de medidas mais amplas.
Setores como petróleo e siderurgia estão em alerta. O Brasil exporta significativamente estes produtos para os EUA, e eventuais restrições ou aumento na produção americana podem impactar negativamente as vendas brasileiras.
Inflação e juros
Outro ponto de atenção é o possível aumento da inflação nos Estados Unidos como consequência das tarifas.
Produtos importados mais caros podem elevar o custo de vida, pressionando os juros. Esse cenário poderia fortalecer o dólar e obrigar o Brasil a oferecer taxas de juros ainda mais altas para atrair investimentos.
“Donald Trump falando muito e fazendo pouco é bom para as economias mundiais”, pondera Monteiro, indicando que o mercado ainda não precificou o pior cenário possível, que incluiria taxas altas e deportações em massa.
O analista conclui que, apesar do discurso radical, as ações efetivas de Trump podem ser mais moderadas, considerando os possíveis impactos negativos na popularidade do presidente e na economia americana.
O mercado financeiro, por ora, parece apostar em um cenário intermediário, com medidas menos drásticas do que as anunciadas durante a campanha eleitoral.