Ancine: “Ainda Estou Aqui“ é locomotiva para retomada do cinema nacional
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Ao lado das premiações do Globo de Ouro — e quem sabe do Oscar — estará na prateleira de “Ainda Estou Aqui” o mérito de servir como “locomotiva” para a retomada do cinema nacional.
Assim avalia Tiago Mafra, secretário de regulação da Agência Nacional do Cinema (Ancine), que concedeu entrevista exclusiva à CNN às vésperas dos Prêmios da Academia.
A partir da 21h (Brasília) de domingo (2), o longa dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres disputa o Oscar em três categorias: Melhor Filme, Filme Internacional e Melhor Atriz.
Como uma “locomotiva”, o filme acelerou — já foi assistido por mais de 5 milhões de pessoas no Brasil, rendendo mais de R$ 100 milhões em bilheteria — e puxou os demais vagões desta composição chamada cinema nacional, detalha Mafra.
A procura por “Ainda Estou Aqui” no cinema registrou avanços conforme o filme passou a ser premiado e reconhecido.
Nestes momentos de “pico”, outros filmes nacionais em cartaz, como “O Auto da Compadecida 2” e “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa” também melhoraram suas performances, segundo dados da Agência.
“Entre 2024 e 2025, com ‘Ainda Estou Aqui’, observamos uma demanda estruturada, com um público ávido por cinema”, disse o secretário.
“O filme parece puxar o retorno da sinergia entre cinema, campanhas de divulgação e público; parece abrir espaço para que ações de divulgação, novos lançamentos se beneficiem deste engajamento com o cinema.”
Enquanto a lógica do mercado é de um longa perder apelo conforme passa semanas em cartaz, o filme brasileiro viveu processo contrário: em sua 9ª semana de exibição, com a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, registrou alta de 57% no público; na 10ª, de 122%; na 12ª, com a confirmação da indicação ao Oscar, de 89%.
“Ainda Estou Aqui” coincide com o avanço do cinema nacional: 10,4% do público das salas em 2024 procurou filmes brasileiros — taxa que não ultrapassou 5% em 2022 e 2023.
Já nas primeiras semanas de 2025, este dado se aproximou de 33%, patamar só registrado antes da pandemia de Covid-19.
“A impressão é de que houve mesmo uma disruptura, um retorno ao cenário anterior à pandemia, sendo ‘Ainda Estou Aqui’ a grande locomotiva, por ter sido premiado. Se abre caminho para as divulgações dos próximos filmes. É uma verdadeira locomotiva, em que vão se encarrilhando outros filmes”
Tiago Mafra, secretário de Regulação da Ancine
De acordo com Mafra, também joga a favor da recuperação do cinema nacional o avanço no número de salas no Brasil, o chamado parque exibidor: “sem isso, não haveria público. São as salas que oferecem condições para que filmes como ‘Ainda Estou Aqui’ tenham sucesso”, completou.
O ano de 2025 marca o novo recorde no número de salas em funcionamento no Brasil: existem hoje 3.517, distribuídas por todas as regiões, em 460 municípios.
O número supera aquele atingido em 2019, quando o país contava com 3.478 salas, em 433 municípios brasileiros.
Ambiente positivo à parte, Tiago Mafra indica que a continuidade da retomada depende de novos longas com o “potencial” de “Ainda Estou Aqui”.
“Precisamos de mais filmes com orçamentos mais robustos, que foram trabalhados pensando em romper barreiras de público e renda. Junto ao parque exibidor forte, isso fortalecerá o cinema nacional.”
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