BB vê desaceleração do crédito em 2025 após lucro quase estável no 4º tri
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O Banco do Brasil reportou nesta quarta-feira (19) lucro líquido ajustado de R$ 9,58 bilhões no quarto trimestre de 2024, praticamente em linha com as expectativas dos analistas, enquanto estima uma desaceleração no crescimento da sua carteira de crédito em 2025, acompanhando a visão do setor diante de um ambiente macro mais desafiador.
O BB prevê uma expansão de 5,5% a 9,5% para sua carteira de crédito, que fechou 2024 com um crescimento de 11,7% — dentro da previsão divulgada anteriormente pelo banco, de crescimento de 8% a 12%.
O montante do portfólio alcançou no final de dezembro R$ 1,278 trilhão.
De acordo com a presidente-executiva do banco, Tarciana Medeiros, o equilíbrio entre as principais carteiras da instituição foi fundamental para o BB atravessar o ano de maneira harmônica e saudável, considerando a melhor relação entre risco e retorno.
“O crescimento de crédito do Banco do Brasil continuará sustentável e equilibrado”, acrescentou em comentário enviado à imprensa, afirmando que o BB continuará a ser protagonistas no crédito consignado, em todas as suas verticais.
Itaú Unibanco e Bradesco já haviam estimado desaceleração no crescimento de suas carteiras de crédito em 2025 quando anunciaram seus respectivos guidances para o ano, assim como Santander Brasil, que também afirmou prever uma expansão menor nos financiamentos este ano.
O banco de controle estatal também estimou provisões associadas ao risco de crédito de instrumentos financeiros em um intervalo de R$ 38 bilhões a R$ 42 bilhões.
Em 2024, a provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) ampliada somou R$ 35,7 bilhões, dentro do intervalo estimado após revisão.
Ainda assim, o BB calcula que o lucro líquido ajustado deve ficar entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões em 2025, de R$ 37,9 bilhões em 2024, prevendo margem financeira bruta de R$ 111 bilhões a R$ 115 bilhões (de R$ 103,9 bilhões em 2024) e receitas com prestação de serviços de R$ 34,5 bilhões a R$ 36,5 bilhões (de R$ 35,48 bilhões em 2024).
O banco, porém, vê despesas administrativas maiores neste ano, de R$ 38,5 bilhões a R$ 40 bilhões, em relação aos R$ 37 bilhões no exercício anterior.
Trimestre
No quarto trimestre, o lucro de R$ 9,58 bilhões representou um acréscimo de apenas 0,7% em relação aos três meses anteriores e de 1,5% na comparação com o mesmo período de 2023, praticamente em linha com a média das expectativas compiladas pela LSEG, de R$ 9,53 bilhões.
A margem financeira bruta cresceu 4% ano a ano, para R$ 26,79 bilhões, com avanço de 3,1% na margem com clientes e de 6,9% na margem com o mercado.
O spread com clientes recuou ano a ano, enquanto o spread com clientes ajustado pelo risco ficou estável nessa comparação.
A margem líquida aumentou 11%, em meio ao declínio na PCLD ampliada, de 7,2%, para R$ 9,26 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu para 20,8%, de 21,1% no terceiro trimestre e 22,5% um ano antes.
As receitas com prestação de serviços cresceram 5,1%, enquanto as despesas administrativas aumentaram 2,7% ano a ano, com o índice de eficiência acumulado em 12 meses marcando 25,6%.
O índice de Basileia passou a 13,75%, de 15,47% um ano antes, e o de capital nível I ficou em 12,66%, de 13,91% no mesmo período do ano anterior, com o capital principal caindo de 12,12% para 10,89% na comparação ano a ano.
O conselho de administração do BB ainda aprovou a distribuição de quase R$ 776,3 bilhões em dividendos e cerca de R$ 1,96 bilhão em juros sobre capital próprio relativos ao quarto trimestre de 2024.
Para 2025, o colegiado aprovou o intervalo do payout entre 40% e 45%.
Crédito
A carteira de crédito ampliada total do BB no quarto trimestre cresceu 15,3% ano a ano, para quase R$ 1,29 trilhão, com avanço de 7,3% em pessoa física, de 18% em pessoa jurídica e de 11,9% na carteira ampliada agro.
Na base trimestral, esses avanços foram menores: 6,1%, 2,4%, 9,4% e 2,9%, respectivamente.
O índice de inadimplência acima de 90 dias ao final de dezembro era 3,3%, estável em relação ao final do terceiro trimestre e acima dos 2,9% de um ano antes.
O índice de cobertura passou a 171,3%, de 177,6% no final do terceiro trimestre e 196,7% no mesmo período de 2023.
A carteira do agronegócio voltou a mostrar aumento relevante na inadimplência, com o índice acima de 90 dias chegando a 2,45% em dezembro, de 1,97% em setembro e 0,96% um ano antes, com o banco citando que tal resultado refletiu “questões conjunturais que afetaram o fluxo de caixa do produtor rural”.
Na divulgação dos números do terceiro trimestre, a piora na qualidade do crédito para o agronegócio, onde o BB é líder, chamou a atenção de analistas, que mostraram surpresa com magnitude da deterioração.
Na ocasião, Medeiros ressaltou que não era algo generalizado e que o banco estava trabalhando para estabilizar a inadimplência no segmento.
O BB realizará teleconferência com analistas na quinta-feira, às 11h.
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