BC descumpre meta de inflação pela 8ª vez na história
O Banco Central do Brasil (BC) descumpriu a meta da inflação oito vezes desde 1999, quando o sistema foi criado, considerando o último dado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta sexta-feira (10).
A inflação fechou em 4,83% em 2024, de acordo com divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No entanto, a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e a ser perseguida pelo Banco Central (BC) era de inflação a 3%, com margem de tolerância de 1,5% — ou seja, até 4,5%.
Com isso, Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central, entrega nesta sexta uma carta ao ministro da Fazenda explicando o que aconteceu e tudo que será feito para garantir que o IPCA retorne à meta.
Em 2001 e 2002 o então presidente da autarquia Armínio Fraga Neto teve de realizar o informe; enquanto em 2003, seu sucessor, Henrique Meirelles, ficou responsável pelo comunicado ao recém empossado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Depois a meta voltou a ser descumprida em 2015, com a inflação ficando acima da margem; e em 2017, quando fechou dentro do teto, no mandato de Ilan Goldfajn.
O mesmo ocorreu em 2021 e 2022, com Roberto Campos Neto na presidência.
Inflação em 2024
Os maiores impactos sobre a inflação de 2024 vieram do grupo Alimentação e Bebidas, que acumulou alta de 7,69% em 12 meses e contribuiu com 1,63 ponto percentual para o IPCA do ano.
Além disso, as elevações acumuladas nos preços dos grupos Saúde e cuidados pessoais (6,09%) e Transportes (3,30%) também tiveram impactos significativos (de 0,81 p.p. e 0,69 p.p., respectivamente) sobre o IPCA do ano.
Juntos, esses três grupos responderam por cerca de 65% da inflação de 2024.
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