BC vai ter mais tempo para analisar juro alto com meta contínua, diz Haddad

BC vai ter mais tempo para analisar juro alto com meta contínua, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (4) que o Banco Central (BC) terá “tempo” para analisar a manutenção da política de juros em patamar mais restritivo com a nova sistemática da meta de inflação contínua.

“Temos uma meta contínua. Isso vai dar tempo para o BC trazer a inflação para a meta com mais racionalidade do que acontecia antes da mudança do regime de metas. Penso que o BC vai ter tempo de analisar o patamar de juros restritivos que ele vai manter por quanto tempo para conseguir esse objetivo”, afirmou.

O Banco Central sinalizou na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que pode haver descumprimento da meta em junho.

A meta é de 3%, com intervalo de tolerância de até 4,5%.

“Foi destacado, na análise de curto prazo, que, em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos. Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, diz a ata do Copom divulgada nesta terça (4).

Carta ao BC

Caso a meta seja descumprida em junho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, terá que escrever uma nova carta neste ano para explicar a inflação fora da meta.

Em janeiro, Galípolo enviou uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar o estouro da meta da inflação de 2024.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou o período de janeiro a dezembro de 2024 em 4,83%. Segundo a ata do Copom, a inflação deve encerrar 2025 em 5,2%.

No documento, o colegiado cita a alta nos preços dos alimentos e a trajetória recente de alta do dólar, que pressiona os bens industrializados.

Na última reunião, o Comitê de Política Monetária subiu a taxa básica de juros para 13,25%.

Na ocasião, o colegiado reforçou compromisso com o guidance sinalizado anteriormente, e disse que deve realizar uma alta de mesma magnitude na próxima reunião, levando a Selic a 14,25% em março.

“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, diz a ata.

App da Carteira de Trabalho Digital permite consultar vagas de emprego

Matheus Augusto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *