BDM: Sem agenda, tarifas de Trump continuam no foco
A participação de Donald Trump no Fórum Econômico Mundial, em Davos, é o principal foco dos investidores nesta quinta-feira (23), em busca de mais detalhes sobre os planos de tarifas sobre parceiros comerciais dos Estados Unidos.
Após o evento, também é esperado que o presidente dos EUA participe de videoconferência com empresários europeus para clarificar dúvidas sobre as possíveis taxações sobre importações estadunidenses.
“As chances do assunto ser abordado hoje são bem grande, o mercado também irá prestar atenção sobre qual será o tom de Trump sobre o assunto em ambos os eventos, para saber se teremos um discurso mais brando ou mais duro como o adotado na campanha”, explicou Téo Takar, editor-chefe do Bom Dia Mercado ao CNN Money.
Donald Trump surpreendeu os mercados ao anunciar uma abordagem mais branda nas tarifas sobre produtos chineses, sinalizando uma possível mudança em sua estratégia comercial.
O presidente dos Estados Unidos informou que aplicará uma sobretaxa de 10% aos produtos provenientes da China, um valor significativamente menor que os 60% inicialmente especulados.
“Até agora ele está pegando leve. A China teve uma tarifa anunciada de 10%, mesmo no caso do México e Canadá, aqueles 25% que ele pretende aplicar não são uma certeza. Teremos que esperar ao menos até 1º de fevereiro para ver se será isso mesmo”, pontua o Takar.
O editor-chefe do Bom Dia Mercado também destaca as ameaças de Trump de impor novas sanções e tarifas contra a Rússia se a guerra na Ucrânia não for encerrada.
Em publicação nas redes sociais nesta quarta (22), o republicano disse que não quer prejudicar a Rússia, que “ama o povo russo” e que sempre teve relacionamento muito bom com Vladimir Putin, mas fez um ultimato ao chefe de Estado russo.
“Farei um grande FAVOR à Rússia, cuja economia está falhando, e ao presidente Putin. Acertem agora e PAREM com essa guerra ridícula! SÓ VAI PIORAR”, alertou o republicano, advertindo ainda que “podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil”.
“A perspectiva de que as coisas aconteceram de forma mais tranquila neste segundo governo do Trump ainda é muito prematura. Os mercados estão com um otimismo cauteloso e cientes que enfrentarão muita volatilidade daqui pra frente. Afinal de contas, Trump uma hora pode querer provar que com ele ninguém brinca”, afirmou o Takar.
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