Bolsas da Europa fecham em baixa, pressionadas por perspectivas para Fed e Trump
As bolsas da Europa fecharam na maioria em baixa nesta sexta-feira (20) ampliando as perdas desde a última decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que apontou para uma postura mais restritiva do banco central americano em 2025.
Além disso, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, deu novas sinalizações sobre tarifas à União Europeia (UE), o que preocupa diante de o potencial inflacionário de uma guerra comercial.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,78%, a 502,71 pontos.
Trump disse ter exortado a UE a aumentar as compras de petróleo e gás americanos. “Caso contrário, são tarifas até o fim”, avisou em publicação na rede Truth Social.
Em uma postagem separada, o republicano reiterou as exigências para a proposta de financiamento dos EUA, horas após a Câmara derrubar um projeto apoiado pelo presidente eleito. O prazo final para a aprovação do plano termina nesta sexta à noite, o que amplia o risco de uma paralisação do governo.
Na visão da High Frequency Economics (HFE), a combinação de riscos fiscais com guerra comercial abre perspectivas de um horizonte de dificuldades à frente. “Ano que vem será uma época de muitos desafios para a economia global”, resume a consultoria.
Nos EUA, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,1% em novembro, na comparação com outubro. Na comparação anual, houve alta de 2,4%.
Na Europa, as vendas no varejo do Reino Unido subiram menos que o esperado em novembro, enquanto a inflação ao produtor (PPI) anual da Alemanha retornou ao terreno positivo pela primeira vez desde junho de 2023.
O membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel, dá como certo que a instituição continuará a cortar as taxas de juro em 2025 para níveis neutros. “Sem dúvida podemos baixar um pouco mais as taxas de juro. No primeiro semestre de 2025, poderemos atingir um nível ‘neutro’ sem o risco de a inflação aumentar”, afirmou.
Entre as ações, o Deutsche Bank caiu 1,80% em Frankfurt, em dia que afirmou esperar impacto contábil de 310 milhões de euros de uma disputa legal na Polônia, segundo a Reuters.
Na cidade, o DAX recuou 0,27%, a 19.916,56 pontos. Em Copenhague, a Novo Nordisk despencou 20,72%, seguindo os dados do ensaio de seu próximo medicamento anti-obesidade, CagriSema. Segundo eles, os pacientes perderam 22,7% de peso.
Além disso, 40,4% dos pacientes que receberam CagriSema alcançaram perda de peso de 25% ou mais após 68 semanas. Este número supera por pouco o recorde da rival Eli Lilly.
Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,26%, a 8.084,61 pontos. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,27%, a 7.274,48 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve queda de 0,06%, a 33.766,29 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 fechou em baixa de 0,23%, a 6.276,75 pontos. A exceção foi Madri, onde o Ibex35 teve alta de 0,37%, a 11.482,30 pontos.
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