Brasil perde US$ 11,6 bi na última semana e acumula saída de US$ 18,4 bi em dezembro
O Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 18,427 bilhões em dezembro até o dia 20, em movimento puxado pela via financeira, informou nesta quinta-feira (26) o Banco Central.
Somente na semana passada saíram do Brasil 11,640 bilhões líquidos, sendo que no período o Banco Central realizou uma série de leilões de moeda para dar conta da demanda de empresas e fundos interessados em enviar recursos para fora do país.
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado.
Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$ 18,206 bilhões em dezembro até o dia 20. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações.
Pelo canal comercial, o saldo de dezembro até o dia 20 foi negativo em US$ 221 milhões.
No acumulado do ano até 20 de dezembro, o Brasil passou a registrar fluxo cambial total negativo de US$ 10,031 bilhões.
Na semana passada, de 16 a 20 de dezembro, houve saídas líquidas de dólares de terça a sexta-feira. Os destaques foram as remessas de US$ 3,725 bilhões na quinta-feira e os envios de US$ 3,729 bilhões na sexta-feira.
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Para dar conta da demanda, o BC havia realizado na quinta-feira leilões com oferta de 8 bilhões de dólares e na sexta-feira, intervenções de US$ 7 bilhões.
Contando com operação realizada na manhã desta quinta-feira pós-Natal, o BC já vendeu um total de US$ 30,77 bilhões para o mercado desde o início do mês, considerando leilões à vista e de linha (venda de moeda com compromisso de recompra no futuro).
Ainda assim, o dólar acumula valorização de 17 centavos de real no mês até o momento.
Tradicionalmente, o fim de ano é um período de remessas de dólares ao exterior por parte de empresas e fundos, o que eleva a demanda – e a cotação – da moeda. Assim, os leilões do BC buscam suprir a demanda, suavizando a volatilidade.
Porém, a desconfiança do mercado na política fiscal do governo tem sido um fator adicional de pressão de alta para o dólar ante o real neste fim de ano, assim como as preocupações em torno da futura presidência de Donald Trump nos Estados Unidos.
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