Brasil vai à final olímpica com jogadores que podem chegar à seleção como alternativas para Copa do Mundo

A ausência do artilheiro do ciclo olímpico, Matheus Cunha com 18 gols em 20 partidas, pode ter atrapalhado, mas não foi só pela sua lesão que o Brasil não conseguiu fazer gol no México e levou a decisão para os pênaltis. O time constrói o jogo com boa qualidade, toque de bola, variação pelos dois lados, mas tem dificuldade para finalizar. Basta dizer que chegou à semifinal com oito gols marcados, seis a menos do que o México em sua campanha.

Mas venceu nos pênaltis e disputará o bicampeonato olímpico, no sábado.

Verdade que este foi um defeito dos times olímpicos de um modo geral, talvez em função da falta de treinamento de quase todas as seleções. A Espanha fez cinco na Costa do Marfim, nas quartas-de-final, mas precisou da prorrogação para isto. O Brasil não fez nenhum, mesmo em 120 minutos.

Teve bola na trave de Richarlison, aos 36 do segundo tempo normal e teve um pênalti marcado sobre Douglas Luiz e, mais tarde, desmarcado pelo VAR. A impressão foi de que o árbitro búlgaro Georgi Kabakov segue mais as recomendações da Fifa, como diz a Conmebol, do que as da Uefa. A interpretação foi da cabine de vídeo. Nada contra, porque de fato não houve pênalti, mas o lance era interpretativo e sempre se pergunta por que vale mais quem interpreta pela televisão, em vez do campo.

Mas o fato é que o Brasil chegou à prorrogação sem conseguir fazer gols. Pecado de seu ataque. O gol não é apenas um detalhe ou a bola não entra por acaso.

O Brasil chega à última data olímpica com a certeza de que há jogadores capazes de jogar pela seleção principal. À parte Richarlison, Douglas Luiz e Daniel Alves, já titulares com Tite, Bruno Guimarães faz excelente campanha em Tóquio. Também Claudinho pode se juntar ao grupo de Tite, mesmo que não pareça suficiente para ser titular. Nino será opção e Diego Carlos já foi convocado.

Também preste atenção a Matheus Cunha, porque a seleção principal não tem um centroavante puro, de ofício. Sem contar o goleiro Santos, herói da decisão por pênaltis, e Reinier, com um processo de amadurecimento pelo qual passará. Mas mostrou firmeza para cobrar o pênalti decisivo.

A medalha de ouro tem valor relativo, quando se ganha e quando se perde. O objetivo da seleção é mesmo a Copa do Mundo, em 2022.

Matheus Augusto