Davos 2025: elite econômica se reúne com guerras liderando riscos globais

Davos 2025: elite econômica se reúne com guerras liderando riscos globais

Conflitos armados são o principal risco em 2025, segundo uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial, um lembrete da fragmentação global cada vez maior antes da reunião líderes empresariais e políticos em Davos, que começa nesta segunda-feira (20).

Quase um em cada quatro dos mais de 900 especialistas consultados, entre acadêmicos, formuladores de política e empresários, colocaram os conflitos, incluindo guerras e terrorismo, como o risco mais severo ao crescimento econômico para o ano.

O clima extremo, principal preocupação em 2024, ficou em segundo lugar.

“O aumento das tensões políticas e a quebra de confiança estão impulsionando o cenário de risco global”, disse o diretor-geral do Fórum, Mirek Dusek, em comentários que acompanham o relatório.

“Neste contexto complexo e dinâmico, os líderes têm uma escolha: encontrar maneiras de fomentar colaboração e resiliência ou sofrer vulnerabilidades crescentes”.

O Fórum será realizado a partir de 20 de janeiro, e Donald Trump, que será empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos, falará na reunião virtualmente em 23 de janeiro. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, participará da reunião e dará um discurso em 21 de janeiro, segundo os organizadores do fórum.

Conselheiros de Trump admitem que a guerra da Ucrânia demorará meses, ou até mais, para ser resolvida, segundo reportagem da Reuters na quarta-feira, um choque de realidade à sua promessa de fechar um acordo de paz no seu primeiro dia na Casa Branca.

Outros alertas

No cenário de risco atual, os eventos climáticos extremos ficaram em segundo lugar, seguidos pelo confronto geoeconômico.

Também foram apontados como risco a desinformação e polarização social — semelhante ao cenário de risco imediato do ano passado — com o Fórum descrevendo a posição elevada deste item como “não surpreendente” devido aos impactos em outros riscos.

Outros riscos no prazo imediato incluíram a desaceleração econômica, mudanças críticas nos sistemas terrestres, falta de oportunidades econômicas, erosão dos direitos humanos e/ou liberdades cívicas e desigualdade.

Riscos de desinformação lideram as perspectivas de dois anos.

A perspectiva de curto a médio prazo foi liderada pela desinformação pelo segundo ano consecutivo, com o Fórum observando que esse fator de risco continua a complicar o ambiente geopolítico como um mecanismo principal para que entidades estrangeiras afetem as intenções dos eleitores.

A preocupação dos entrevistados permaneceu alta após o ano das “supereleições”, com o risco também sendo uma das principais preocupações na maioria das categorias de idade e grupos de partes interessadas.

Isso também é agravado pela dificuldade cada vez maior de diferenciar entre conteúdo gerado por inteligência artificial e por humanos, embora o Fórum tenha observado que as tecnologias de IA como um risco eram baixas nas classificações de dois anos.

Principais temas

Reunindo os principais economistas do mundo e figuras públicas, o fórum de Davos traz como pauta central deste ano a “Colaboração para a Era Inteligente”.

O debate é sobre “uma era muito além da tecnologia sozinha, uma revolução social, uma que tem o poder de elevar a humanidade – ou mesmo de quebrá-la“, postula Klaus Schwab, economista responsável pelas pesquisas que embasaram o tema do WEF deste ano.

O que será debatido?

Voltado para o debate entre lideranças, o WEF busca responder as seguintes questões neste ano:

  • Quais são as maiores questões para os líderes enquanto eles lidam com o desafio da colaboração em uma era de tecnologias convergentes e hiperinteligência?
  • Como podemos evitar a fragmentação e construir um futuro mais inteligente?
  • Como a inovação pode lidar com crises como as mudanças climáticas e o uso indevido da tecnologia?
  • A ação coletiva e a liderança responsável promoverão a igualdade, a sustentabilidade e a colaboração em vez de aprofundar as divisões existentes?

Cobertura especial

CNN Brasil e o CNN Money farão uma cobertura especial, in loco, do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

O analista de economia da CNN e âncora Fernando Nakagawa acompanhará de perto todo o evento, que ocorre entre os dias 20 e 24 de janeiro.

A cobertura especial será multiplataforma, com entradas ao vivo ao longo de toda a programação da TV e análises, infográficos, reportagens especiais e informações em primeira mão no portal da CNN.

Quando a alta do dólar vai afetar o bolso dos brasileiros?

*com informações da Reuters.

Matheus Augusto

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