Fernando Nakagawa: Brasil volta a ser país de classe média
O Brasil voltou a ser um país predominantemente de classe média em 2024, conforme revela uma pesquisa recente da Tendências Consultoria.
O analista de economia da CNN, Fernando Nakagawa, comentou sobre o assunto ao 360°.
Pela primeira vez desde 2015, mais da metade da população brasileira se encontra na classe C ou em estratos superiores, sinalizando uma importante recuperação econômica.
De acordo com o estudo, 50,1% dos brasileiros agora pertencem às classes A, B ou C, com a classe C representando 31% da população. Esta faixa, considerada como classe média baixa, compreende famílias com renda mensal entre R$ 3.400 e R$ 8.100.
Mercado de trabalho impulsiona crescimento
O principal fator por trás desse crescimento foi o aumento da renda gerada pelo trabalho, que cresceu 7,5% no último ano. Em contraste, a renda proveniente da previdência aumentou 3,8%, enquanto os programas sociais tiveram um incremento de apenas 2,6%.
A classe C experimentou o maior aumento de renda, com 9,5% de crescimento, superando inclusive as classes A e B, que viram sua renda aumentar em 8%. Já as classes D e E tiveram um aumento mais modesto, de 1,6%.
Desafios na percepção da melhoria econômica
Apesar dos números positivos, o governo enfrenta dificuldades em transformar essa melhoria econômica em popularidade. Analistas apontam que fatores como a inflação persistente em alguns setores e o impacto das plataformas de apostas eletrônicas no orçamento familiar podem estar afetando a percepção da população sobre seu poder de compra.
O cenário atual, embora promissor, ainda está distante do auge da classe média brasileira observado entre 2009 e 2011. No entanto, as políticas de incentivo ao consumo interno e o aumento do salário mínimo indicam uma tendência de fortalecimento contínuo desse segmento da população.
A evolução da classe média brasileira representa um marco importante para a economia do país, sinalizando uma possível retomada do crescimento econômico mais inclusivo. Contudo, desafios permanecem, especialmente no que diz respeito à tradução desses ganhos econômicos em melhorias perceptíveis na qualidade de vida da população.
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