Governo prioriza fim dos supersalários e reforma da renda no Congresso
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou ao Congresso uma lista de medidas econômicas consideradas prioritárias para os próximos dois anos. O conjunto de propostas se junta a outros temas de interesse do governo que dependem do bom relacionamento com a nova cúpula do Congresso.
A promessa de campanha de Lula, o texto sobre a reforma da renda, que isenta o pagamento do IR para quem recebe até R$ 5 mil reais, já está com o desenho da compensação pronto e aprovado pelo presidente.
O secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse que o governo pode discutir outros modelos para a medida. Isso acende um alerta no Congresso, que rejeita mais matérias que aumentem a carga tributária.
O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, já se disse contrário a um crescimento na arrecadação, mas reforçou a lealdade do Congresso à agenda do país.
“Não serei um presidente que estará criando algum fantasma, algum obstáculo sem que ele verdadeiramente exista.”, afirmou Hugo.
Haddad também definiu como prioritárias a limitação dos supersalários e o projeto da reforma da Previdência dos militares. A regulamentação econômica das big techs, que ainda não foi apresentada pelo governo, também integra a lista.
O ano parlamentar mal começou e a base governista já enfrenta uma derrota. O veto à isenção de fundos de investimento do agronegócio e de fundos de investimento imobiliários enfrenta forte resistência no Legislativo.
Para evitar outros reveses, o Planalto aposta na autorização para a exploração da Foz do Amazonas, região rica em petróleo, para se aproximar do Senado.
Lula garantiu a Davi Alcolumbre, novo presidente da Casa, que as licenças para a perfuração vão sair do papel. Alcolumbre vê a atividade com bons olhos, já que beneficiaria diretamente o Amapá, estado-base do senador.
Em entrevista à rádios mineiras, Lula defendeu a exploração do combustível fóssil. “Temos que utilizar o petróleo para fazer a nossa transição energética, que vai precisar de muito dinheiro.”, disse o presidente.
“Precisamos fazer um acordo e encontrar uma solução em que a gente dê garantia ao país, ao mundo e ao povo da margem equatorial que a gente não vai detonar nenhuma árvore, nada do rio Amazonas, nada do oceano Atlântico.”, pontuou o petista.
O governo deseja que o Ibama conceda a liberação ainda no primeiro semestre, distante da COP-30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que acontece em novembro, em Belém.
A ideia é evitar que o país seja visto como uma nação que segue ampliando a exploração de combustíveis fósseis, no momento em que tenta se posicionar como um líder global na luta contra as mudanças climáticas.
* com informações de Julliana Lopes, da CNN