Inflação da zona do euro acelera em janeiro com preços de energia
A inflação da zona do euro acelerou ligeiramente no mês passado, mas permaneceu em uma trajetória prevista que poderia permitir que o Banco Central Europeu (BCE) reduza ainda mais as taxas de juros, possivelmente já em março.
O BCE reduziu os custos dos empréstimos no mês passado pela quarta vez consecutiva e deu a entender que poderia afrouxar ainda mais a política monetária uma vez que a inflação pode estar de volta à sua meta de 2% até meados do ano, o crescimento econômico está anêmico e uma guerra comercial com os EUA é uma possibilidade clara.
A inflação dos preços ao consumidor nas 20 nações que compartilham o euro acelerou para 2,5% em janeiro em uma base anual, de 2,4% em dezembro, informou a Eurostat na segunda-feira (3), um pouco acima das expectativas de uma pesquisa da Reuters com economistas, uma vez que os custos de energia acentuadamente mais altos aumentaram as pressões dos preços.
Entretanto, a inflação subjacente, um indicador da durabilidade do crescimento dos preços, manteve-se estável e a inflação de serviços diminuiu.
Esse foi um alívio modesto para o BCE, que há muito tempo argumenta que as pressões internas dos preços são muito altas, mesmo que todas as condições estejam reunidas para uma certa flexibilização dessas pressões, devido ao crescimento mais moderado dos salários.
O aumento dos preços excluindo alimentos e energia ficou inalterado em 2,7%, e a alta de serviços, o maior item da cesta de preços ao consumidor, diminuiu de 4,0% para 3,9%.
Embora uma inflação mais forte não seja bem-vinda, os números estão de acordo com a narrativa delineada pela presidente do BCE, Christine Lagarde.
Na semana passada, Lagarde disse que a alta dos preços poderia oscilar em torno desses níveis nos próximos meses, antes de uma desaceleração em direção à meta de 2% no período subsequente.
Essa trajetória é um dos principais motivos pelos quais os mercados preveem pelo menos mais três cortes nas taxas de juros este ano e o motivo para que autoridades, tanto em conversas oficiais quanto não oficiais, considerem muito provável um movimento em março.
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