Klabin deve ter alta de 200 mil toneladas em produção em 2025, diz executivo

Klabin deve ter alta de 200 mil toneladas em produção em 2025, diz executivo

A Klabin deve conseguir elevar sua produção em 200 mil toneladas em 2025 ante este ano por uma série de fatores, que incluem retomada de fábricas e avanço de volumes em novas máquinas instaladas pela companhia nos últimos anos.

Parte desse crescimento deve vir de aumentos de produção das máquinas 27 e 28 instaladas em Origueira (PR), de cerca de 86 mil toneladas, e reativação de fábrica de reciclados em Paulínia (SP), prevista para o segundo trimestre do próximo ano, disse o diretor financeiro da Klabin, Marcos Ivo, em apresentação a investidores.

Além disso, entre os fatores que devem garantir uma elevação de produção da Klabin no próximo ano, o executivo afirmou que a fábrica da companhia em Monte Alegre (PR) não deverá ter parada geral de manutenção em 2025, o que deve gerar uma produção adicional de cerca de 30 mil toneladas para o próximo ano ante 2024.

“Isso tudo vai dar uma produção incremental um pouco acima de 200 mil toneladas em 2025 ante 2024”, disse o executivo.

A produção adicional deve ajudar a companhia no período de redução de endividamento que deve viver nos próximos dois a três anos em meio a “incertezas” que fazem a companhia ser “circunstancialmente mais conservadora”, disse o presidente-executivo, Cristiano Teixeira.

“Queremos mostrar nesses anos a capacidade de geração de caixa da companhia”, disse Teixeira, citando o “momento de colheita” a ser vivido pela Klabin após a companhia ter investido bilhões de reais nos últimos anos para elevar sua capacidade produtiva. “Vamos deixar sobrar a última linha (lucro) para desalavancar a companhia”, acrescentou.

Em outubro, a Klabin reduziu sua política de endividamento de 4,5 vezes dívida líquida sobre Ebitda para até 3,9 vezes durante ciclos de investimento e o período de 24 meses para 12 meses. Além disso, a empresa cortou distribuição de dividendos e JCP de 15% a 25% do Ebitda ajustado, para 10% a 20%.

Às 14h15, as units da Klabin exibiam queda de 1,45%, enquanto o Ibovespa avançava 0,6%.

Internacionalização e fluff

Em resposta a Luiz Barsi, um dos maiores investidores pessoa física em bolsa de valores do Brasil, sobre as possibilidades de crescimento da Klabin em um mundo incertezas, Teixeira disse que o país ainda traz muitas oportunidades para a companhia. Barsi estava presente pessoalmente na apresentação da empresa realizada na nova fábrica de Piracicaba (SP) nesta terça-feira (10).

Segundo Teixeira, o Brasil ainda tem uma “oportunidade de crescimento de área de plantio” de eucalipto e pinus em meio a uma expansão do consumo de embalagens de papel que ainda segue baixo se comparado a níveis europeus.

Diante disso, a Klabin não vai fazer “nenhuma internacionalização que afete nossa competitividade”, disse o presidente da companhia. “Investimento em fibra e papel é no Brasil”, afirmou, rejeitando a possibilidade de uma operação relevante de aquisição de ativos em “cinco a seis anos”.

Por isso, Teixeira afirmou que após o período de desalavancagem da Klabin, “certamente” o investimento a ser feito pela empresa será no segmento de celulose fluff, matéria-prima de produtos como fraldas e de alta rentabilidade, produzida a partir de fibra longa (pinus).

“Acontecendo da Klabin, daqui dois a três anos, pensar em fazer esse investimento, será uma fábrica de 600 mil a 800 mil toneladas, não dá para ser maior do que isso”, disse Teixeira, citando questões de tecnologia que atualmente impedem fábricas maiores de fluff e afirmando que a empresa tem olhado oportunidades no Sul do país para expandir o cultivo de pinus.

Câmbio

Mais cedo, a Klabin divulgou projeção de investimento e de custo caixa de produção estáveis em 2025 em, respectivamente, R$ 3 bilhões e entre R$ 3,1 mil e R$ 3,2 mil por tonelada.

Questionado sobre o impacto do dólar acima do patamar de R$ 6 versus a previsão elaborada com câmbio de R$ 5,40 por dólar do início de novembro, o diretor financeiro citou que do custo caixa total da Klabin, 15% é dolarizado, enquanto o investimento em manutenção, o percentual é de 25%.

“A cada 10 centavos de variação no câmbio, isso representa (um impacto) de R$ 160 milhões no Ebitda” da companhia, disse Marcos Ivo, lembrando que a Klabin é exportadora.

O executivo comentou ainda que a empresa espera para o primeiro trimestre a entrada de recursos da monetização de terras excedentes anunciada em outubro, o chamado Projeto Platô, de R$ 1,8 bilhão, o que ajudará a acelerar a desalavancagem da companhia. A alavancagem da Klabin encerrou setembro em 3,9 vezes em dólar.

Mercado

Já sobre o cenário para o mercado de celulose, o diretor comercial da área, Alexandre Nicolini, afirmou que espera estabilidade de preços para o primeiro trimestre ante o final deste ano.

Segundo o executivo, o mercado ainda segue “desafiador” diante da entrada em operação este ano de grandes fábricas como a da Suzano, no Mato Grosso do Sul.

Apesar da recuperação da demanda por celulose na China estar “acima das expectativas”, Nicolini afirmou que os preços no país asiático estão “estabilizados em 540, 550 dólares há pelo menos dois a três meses”. Além disso, “passamos por mais uma correção (redução) na Europa”, afirmou o executivo.

“Entendo que chegamos no piso (de preços) nessas geografias” disse Nicolini sobre China e Europa. “Para o primeiro trimestre espero pelo menos uma manutenção do nível de preço atual”, afirmou.

Enquanto isso, o diretor de embalagens, Douglas Dalmasi, citou “quadro bastante favorável” para papel no Brasil, “se a economia continuar como está com baixo desemprego e crescimento de renda e programas sociais”.

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Matheus Augusto

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