Mesmo com reajuste, preço do diesel tem defasagem de 9%, diz Abicom
Mesmo com o reajuste acima de 6% no preço do diesel pela Petrobras a partir de sábado (1º), o combustível vendido no país ainda tem defasagem de 9% em comparação ao preço de paridade internacional (PPI).
Já a gasolina, que não teve o preço alterado, soma diferença de 3%.
Os dados são da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) e foram divulgados nesta segunda-feira (3).
A Petrobras anunciou na sexta-feira (31) o aumento de R$ 0,22 no preço do diesel a partir deste sábado (1º), alta de 6,29%.
O valor aos distribuidores será em média de R$ 3,72 por litro.
“Considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras na composição do preço ao consumidor passará a ser de R$ 3,20 /litro, uma variação de R$ 0,19 a cada litro de diesel B”, informou a estatal.
Segundo a Petrobras, este foi o primeiro reajuste no preço do diesel aos distribuidores desde outubro de 2023.
Pressão sobre preços
Além da alta por parte da estatal, o preço do diesel também deve subir cerca de R$0,06/litro a partir do fim de semana com o reajuste da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estima que para o consumidor final, considerando a participação do diesel puro de 86%, o impacto deve ser de R$0,25/litro, considerando tanto o reajuste da Petrobras quanto o do ICMS.
Economistas ouvidos pela CNN pontuam os impactos do encarecimento do combustível sobre os preços, sobretudo nos alimentos.
“O efeito indireto é maior em toda a cadeia produtiva, logística e espalha-se por causa do preço de frete. O impacto geral do diesel é difícil de estimar e o timing disso também”, avalia Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena.
A economista pontua que o reajuste também “não ajuda” em um momento no qual uma das principais preocupações é com o comportamento sensível do preço dos alimentos.
Nos últimos meses, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem, repetidamente, apontado os alimentos dentre os principais culpados pela alta da inflação no país.
O governo busca alternativas para conter o preço dos alimentos. Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que as expectativas por uma safra mais forte e o câmbio mais controlado neste ano devem acomodar a inflação.
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