Preços do café atingem máximas com preocupações por oferta no Brasil
Os preços do café na ICE atingiram uma máxima histórica nesta quinta-feira (23), apoiados pela forte demanda e pelas preocupações com a oferta do Brasil, o maior produtor e exportador mundial.
O café arábica do primeiro mês na ICE, referência global para os preços do café, subiu mais de 2% no início das negociações, atingindo um recorde histórico de US$ 3,489 por libra-peso. O preço fechou em alta de 0,6%, a US$ 3,4395 por libra-peso. Os preços já haviam subido 4% na última quarta-feira (22).
O café robusta subiu 0,6%, para US$ 5.482 a tonelada, depois de ter atingido US$ 5.543 anteriormente, seu maior valor desde o final de novembro.
As dúvidas sobre a oferta do Brasil, maior produtor, sustentaram os preços, enquanto uma redução nos estoques certificados de arábica na ICE aumentou a pressão.
“A longo prazo, há muita preocupação com a próxima safra”, disse Tomas Araujo, corretor da StoneX.
O mercado estará atento às atualizações das estimativas de safra previstas para os próximos 30 dias, acrescentou.
O Brasil teve a maior seca de sua história em 2024 e os campos de café sentiram a falta de umidade. As chuvas chegaram no final do ano, mas as árvores não tiveram vitalidade suficiente para converter a floração em boa carga de frutos. A maioria dos analistas espera uma safra menor em 2025, depois da produção já baixa em 2024.
“A oferta será escassa, não há como evitar isso”, disse Judith Ganes, analista sênior de soft commodities da J Ganes Consulting.
Em relação a outras commodities softs, o açúcar bruto subiu 2,9%, para US$ 18,69 centavos por libra-peso. Os comerciantes disseram que o clima frio no sul dos EUA deu algum apoio, uma vez que poderia prejudicar a produção de açúcar em Louisiana. O açúcar branco subiu 1,9%, a US$ 486,90 a tonelada.
O cacau de Nova York caiu 1,1%, para US$ 11.552 por tonelada, enquanto o cacau de Londres perdeu 1,8%, para 9.183 libras por tonelada.
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