Presidente da Comissão Europeia vem à cúpula do Mercosul e indica conclusão de acordo histórico
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, está a caminho do Uruguai. Ela já saiu de Bruxelas e vai participar pessoalmente da reunião de cúpula do Mercosul, que ocorre na sexta-feira (6), em Montevidéu.
A informação foi confirmada à CNN por fontes de três países diferentes e sinaliza que o acordo de livre comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul, negociado exaustivamente ao longo dos últimos 25 anos, será finalmente anunciado.
O diplomata eslovaco Maros Sefcovic, que assumiu há dias como comissário de Comércio da UE, também faz parte da comitiva a caminho de Montevidéu.
A presença de Von Der Leyen na reunião era incerta até hoje. Ela não havia sinalizado aos sócios do bloco sul-americano, incluindo o Brasil, se viria ou não.
Tudo dependia do processo de consultas aos 27 países-membros da UE. A França é abertamente contrária. Outros europeus — como Polônia, Áustria e Irlanda — também são críticos ao acordo comercial.
Já países como Alemanha, Espanha, Portugal e Suécia têm se engajado pela conclusão das discussões.
O tratado UE-Mercosul teve uma rodada decisiva de negociações na semana passada, em Brasília, na qual as divergências foram reduzidas de cinco ou seis pontos para apenas dois.
Como disseram à CNN pessoas diretamente envolvidas nas tratativas, era “um ponto e meio” em aberto — um ponto mais importante é outro mais facilmente superável.
No entanto, as conversas foram consideradas esgotadas do ponto de vista técnico e passaram a depender de decisão na máxima instância política. Isso envolvia um aval da própria Von Der Leyen e dos presidentes dos países do Mercosul, que também querem o acordo.
Uma vez fechado, o tratado de livre comércio precisa passar ainda por revisão jurídica e tradução oficial para todos os idiomas da UE.
Com isso, o texto finalmente fica pronto para assinatura. Em seguida, vai para deliberação do Conselho Europeu — que reúne os governos de cada país. Ali, precisa ser aprovado por 55% dos países, que representem 65% da população total do bloco.
A França, sozinha ou com poucos aliados, não tem poder suficiente para barrar o avanço do acordo.
Depois, o tratado ainda precisaria ser ratificado pelo Parlamento Europeu. Os capítulos de cooperação política e ambiental ainda dependem de ratificação nos legislativos de cada país. A parte comercial do acordo não depende desse processo.
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