Real tem pior desempenho entre as moedas globais e dólar sobe 1,8% nesta sexta (20)
O real foi destaque negativo na sessão desta sexta-feira (20) e registrou a maior queda contra o dólar entre as principais moedas negociadas no mercado financeiro, com cenário de cautela global reforçado por temor fiscal.
O dólar fechou a sessão com alta de 1,84%, negociado a R$ 5,521. Apesar do tombo, a divisa norte-americana perdeu 0,83% no acumulado da semana, resultado de sete recuos seguidos contra o par brasileiro até esta quinta-feira (19).
A disparada do dólar contra o real soma fatores internacionais e domésticos.
Na cena externa, o clima é de cautela com os próximos passos da política monetária nos EUA após o Federal Reserve (Fed) cortar os juros em 0,5 ponto nesta quarta-feira (18), o primeiro afrouxamento desde 2020.
A expectativa com o tamanho dos próximos cortes deu força para os papéis dos títulos do Tesouro norte-americano, refletindo na valorização da moeda.
Já no noticiário interno, as atenções estão no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado ainda nesta sexta pelo governo federal, e deve trazer uma revisão da arrecadação federal e detalhes sobre o contingenciamento de gastos.
Os dados, referentes ao bimestre encerrado em agosto, deve ser observado com atenção pelos analistas, que buscam indicações se o governo federal irá conseguir cumprir a meta fiscal estabelecida.
Matéria publicada mais cedo na Folha de S.Paulo diz que, no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2025, o governo prevê renúncia de R$ 543,7 bilhões na arrecadação com concessão de benefícios tributários a empresas e pessoas físicas. O montante representa um aumento de R$ 20 bilhões em relação ao valor estimado de renúncias neste ano.
“Apesar das expectativas de manter as contas públicas dentro da meta em 2024, a incerteza sobre a situação fiscal em 2025 persiste. O ponto principal é, é possível alcançar equilíbrio neste ano, mas como ficará a situação fiscal em 2025? Lembrando que as possibilidades de receitas extras semelhantes às de 2024 são mais difíceis”, pontua Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.
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