Recuperado pela PJC mais de R$ 340 mil em móveis de luxo que golpista adquiriu enquanto estava preso – Jornal Advogado – Em Mato Grosso

Recuperado pela PJC mais de R$ 340 mil em móveis de luxo que golpista adquiriu enquanto estava preso – Jornal Advogado – Em Mato Grosso

A Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá cumpriu, nesta quinta-feira (9 de janeiro), mandados de busca e apreensão na Operação Jail Hacker, direcionada a indivíduos envolvidos em um golpe contra uma loja de móveis de alto padrão na capital. Este golpe resultou em um prejuízo estimado em mais de R$ 350 mil para a loja, além de mobiliário para a residência do principal suspeito.

Heitor Rocha Machado, de 29 anos, que já havia sido investigado pela Polícia Civil em casos de fraudes anteriores, incluindo a Operação Falsa Portabilidade, é o mentor do golpe. Ele, sua mãe e sua esposa estão sendo investigados pela fraude praticada contra a loja de móveis.

Nesta quinta-feira, as equipes policiais realizaram buscas na casa da mãe de Heitor, localizada no Jardim Califórnia, e em um imóvel alugado por ele. Na residência alugada, situada no bairro Jardim Paulista, os policiais encontraram a maior parte dos móveis e objetos de decoração adquiridos de forma fraudulenta.

Entre os itens apreendidos estavam mesas de jantar, móveis para áreas externas, estofados, itens de cama, mesa e banho, e poltronas, todos reconhecidos pela loja como produtos não pagos. O valor total dos itens recuperados é estimado em R$ 343 mil, a maior parte deles utilizada para mobiliar uma casa que Heitor construiu com recursos provenientes de golpes anteriores. Esse imóvel estava sendo alugado por uma influenciadora digital.

Outra parte dos objetos da loja foi encontrada na casa da mãe do golpista, que também está sob investigação.

Como o golpe ocorreu

Em julho do ano passado, a proprietária da loja, vítima do golpe, procurou a Delegacia de Estelionatos de Cuiabá e relatou que, em fevereiro, foi contatada por uma cliente via WhatsApp, interessada em produtos promocionais da loja. Após negociações que ocorreram de 2 a 24 de fevereiro de 2024, a cliente efetivou o pagamento por meio de links digitais emitidos por duas financeiras, totalizando R$ 337.561,68, divididos em dez pagamentos.

Após a confirmação dos pagamentos, a loja organizou a entrega das mercadorias em quatro remessas. No entanto, ao verificar os recebimentos, a loja foi surpreendida por contestações das instituições financeiras, que alegaram possíveis fraudes no uso dos cartões.

A investigação revelou que Heitor, mesmo estando detido na unidade prisional de Várzea Grande, organizou a compra dos móveis utilizando cartões de crédito supostamente pertencentes a terceiros, a fim de ocultar os verdadeiros responsáveis pela fraude.

Prisão em outra operação

Heitor Machado e sua companheira foram detidos na Operação Falsa Portabilidade, deflagrada em novembro de 2023, que visava uma associação criminosa especializada em falsificação de documentos para abertura de contas digitais usadas em diversos golpes. Esse grupo causou um prejuízo aproximado de R$ 23 milhões a vítimas, incluindo servidores públicos e uma instituição financeira que presta serviços de pagamentos e transferências.

Em outubro de 2024, Heitor teve um pedido de soltura negado pelo Superior Tribunal de Justiça. No final de novembro do mesmo ano, foi transferido para o regime semiaberto, sob monitoramento por tornozeleira eletrônica. No entanto, a investigação atual indicou que ele continuou a planejar e executar golpes mesmo enquanto estava preso.

 

Redação JA/ Foto: PCMT

Matheus Augusto

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