STF nega devolver relógios de filho de desembargador apreendidos em operação
Conteúdo/ODOC – O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido do advogado Mauro Thadeu Moraes para reaver dois relógios apreendidos pela Polícia Federal no âmbito da Operação Sisamnes, que investiga um suposto esquema de venda de sentenças no Judiciário brasileiro.
Mauro é filho do desembargador Sebastião de Moraes e alegou que os itens foram presentes de formatura e possuem valor sentimental. No entanto, Zanin afirmou que os relógios ainda têm interesse para a investigação e podem ser produtos do crime.
A Operação Sisamnes foi deflagrada após a Polícia Federal analisar dados extraídos do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em dezembro de 2023, em Cuiabá.
As informações revelaram supostas fraudes que levaram ao afastamento dos desembargadores Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além da prisão do empresário Andreson Gonçalves, apontado como principal lobista do esquema.
A investigação atinge, além de magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), assessores de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como Isabel Gallotti, Nancy Andrigui e Og Fernandes.
Na decisão que autorizou a operação, Zanin determinou monitoramento eletrônico de diversos investigados, entre eles Mauro Thadeu Prado de Moraes, Rodrigo Vechiato da Silveira (ex-assessor de Sebastião de Moraes) e Rafael Macedo Martins (servidor do TJMT).
Os investigados são suspeitos de intermediar pagamentos para garantir decisões favoráveis em processos judiciais, além de supostamente vazar informações sigilosas de operações policiais. O próprio Andreson Gonçalves já havia sido alvo de outra ação que levou ao afastamento de cinco magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
O nome da operação faz referência ao juiz persa Sisamnes, que, segundo a mitologia, foi punido por aceitar suborno para dar uma sentença injusta.