Comissão de Ética é acionada e vereador defende afastamento
Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Cuiabá decidiu acompanhar as investigações da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) envolvendo o vereador Marcos Paccola (Republicanos), autor dos disparos que mataram o agente socioeducativo Alexandre Miyagwa, 41, na última sexta-feira (1).
A decisão ocorreu durante reunião extraordinária do Colégio de Líderes do Legislativo realizada na manhã desta segunda-feira (4) com a participação do vereador Paccola.
“É um fato muito triste envolvendo o vereador Marcos Paccola. E todas as decisões desta Casa é tirada em colegiado. E nós ouvimos o vereador hoje. Tem várias versões e não queremos nos precipitar em nada. Nós acreditamos na Polícia, tem imagens de câmera, falei com o presidente da Comissão de Ética, vereador Lilo Pinheiro (PDT), que acompanhará de perto todas as investigações”, disse o presidente da Câmara, vereador Juca do Guaraná (MDB).
O chefe do Poder Legislativo garantiu que qualquer decisão só ocorrerá após a Comissão de Ética ter o teor das investigações, e que isso será decidido dentro de um colegiado. Juca do Guaraná disse que o Marcos Paccola contou a sua versão, de que ao chegar viu a namorada do agente socioeducativo em perigo e reagiu.
Sobre qualquer pedido de cassação, Juca afirmou que não tem conhecimento, mas que qualquer vereador ou pessoa poderá entrar com pedido de afastamento.
Segundo o presidente da Comissão de Ética, Lilo Pinheiro, nenhum documento ainda foi protocolado dentro da Comissão. Pinheiro garantiu que a atuação da Comissão será feita com independência e dentro da legalidade. “Ele [Marcos Paccola] vai ter que se explicar aos policiais e delegados que estão investigando, como também pra nossa Comissão de Ética”, explicou.
Lilo Pinheiro também defendeu que o vereador Marcos Paccola se afastasse espontaneamente para garantir como interesse na resolução dos fatos. “Na minha opinião, eu entenderia como um ato coerente por parte do Paccola. Um afastamento dele não pode ser interpretado como covardia, mas sim como alguém que quer esclarecimento dos fatos, para depois se posicionar”, disse.
“A gente quer o fato do que realmente aconteceu. Apenas isso. A nossa investigação será independente, mas vai pesar o que as investigações da policia irá concluir”, completa.
O homicídio ocorreu na noite de sexta-feira (1), no bairro Quilombo, em Cuiabá. A vítima foi atingida por ao menos 3 tiros e morreu ainda no local. Paccola esperou a polícia no local, assim como o trabalho de perícia. Ele foi ouvido pelo delegado da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e liberado em seguida.